17 de maio de 2010

Crônica: As aventuras do Batista (Literatura de cordel) A Aventura do Batista num boteco


Gildázio Vieira Santos


Num domingo ensolarado
Saiu para passear
Entrou em um boteco
Tinha muita gente por lá
Porque um forasteiro
Acabava de chegar


Como era de costume
 A todos cumprimentou
Achou um lugar livre
Naquele canto sentou
Falava com alguém ao lado
Quando o forasteiro o chamou


E você que agora chega
Não se faça de rogado
Venha beber uma pinga
Tá paga, não é fiado
Comigo todo mundo bebe.
Batista disse, obrigado


Mas o tipo insistiu:
Acho que não entendeu
Eu disse para beber
O povo ai estremeceu
Por bem menos que isso
 O pau um dia comeu


Nosso herói muito tranquilo
Da cadeira levantou
Chegou bem perto do cara
E com firmeza falou
Eu disse que não quero
É surdo ou ignorou?


Até que gosto de um gole
Mas ando meio enfadado
Ja faz mais de um mês
Que deixei o copo de lado
Por isso mais uma vez
Te digo muito obrigado


Mas o cara era teimoso
Daqueles que não desgarra
E falou para o Batista
Você vai beber na marra
O Batista retrucou:
 Agora começa a farra


E falou para o vendeiro
Dê um litro de truaca
Misture com querosene
Ela está um pouco fraca
Esse porgante é “dos bom”
E não vai causar ressaca


O vendeiro fez a mistura
E o cara desconfiado
O Batista encheu um copo
E disse: beba safado
O cara respondeu, nem morto
Eu bebo esse ensopado


Vai beber e bem mansinho
Ou você gosta ou não gosta
E deu-lhe um soco no queixo
Que a cara virou pras costas
E alguém logo gritou
Já sinto cheiro de bosta


Bebeu o litro inteirinho
Sem fazer qualquer besteira
Pegou sua trouxa e saiu
Sumindo nas ribanceiras
Foi visto em Itamirim
Curando a caganeira
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