A Folha Sebastianense foi até Juazeiro e Petrolina para acompanhar o protesto.
Mais de 15 mil pessoas, entre elas muitos agricultores e também muitos
beneficiados pelas cisternas da ASA, que desde 2003 atua na região do semiárido
(Estados do Nordeste mais o norte de Minas Gerais) se reuniram na cidade de
Juazeiro, na Bahia e partiram em marcha rumo à cidade de Petrolina, em
Pernambuco, num protesto contra a decisão do Governo Federal e do MDS de
encerrar o contrato com a ONG ASA (Articulação no Semiárido).
Acompanhamos uma caravana que saiu de Guanambi com integrantes da ONG CASA, Cáritas do Brasil de Caetité e também de outras organizações de Brumado e Livramento de Nossa Senhora.
Acompanhamos uma caravana que saiu de Guanambi com integrantes da ONG CASA, Cáritas do Brasil de Caetité e também de outras organizações de Brumado e Livramento de Nossa Senhora.
Porém, o governo federal adotou o programa do estado da Bahia Água para
Todos e pretende estende-lo para beneficiar muito mais famílias, mas com
cisternas de plástico/PVC e as cisternas da ASA são com placas de concreto.
Não se trata pura e simplesmente da construção
da cisterna na casa da família. Antes disso, há um curso de dois dias com toda
a comunidade beneficiada explicando como se deve cuidar da cisterna, cuidados
com o meio ambiente e também como sobreviver no semiárido. A família e os
vizinhos, em sistema de mutirão, cavam os buracos (é necessário um buraco com diâmetro
de 1,5 (um metro e meio) metro e profundidade de 1 (um) metro). Um pedreiro
capacitado também pela ASA vem até a comunidade e faz a construção com material
adquirido de comércios do local da comunidade, o que injeta mais dinheiro nas
regiões beneficiadas.
Indicadores
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Cisternas de Placa
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Cisternas de PVC
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Cidadania
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Água
como direito e não benefício.
Água
como segurança alimentar.
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Pessoas
beneficiadas que dominam
apenas
parte do processo.
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Construção
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Construídas
pelos agricultores/as
pedreiros/as
junto com as famílias.
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Entregues
prontas às famílias pelas
empresas
.
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Domínio da
técnica de
construção/Autonomia
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Famílias
dominam todo processo,
participam,
constroem e multiplicam para
outras
famílias.
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Domínio
das empresas.
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Fortalecimento do
mercado local
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A cada dez
mil cisternas construídas, são
injetados
mais de R$ 20 milhões de reais
no
mercado local (materiais de
construção,
serviços e impostos) que
geram
mais dinamismo social e econômico.
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Todo
recurso será repassado às
mãos de
poucos empresário de fora,
não sendo
investidos na região.
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Custo
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Custo
final da cisterna de placa: R$
2.080,00
(incluindo material, construção,
formação
e acompanhamento técnico).
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Superior
às cisternas de placa,
podendo
o custo final chegar a mais
que o
dobro.
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Impacto na saúde
das
famílias
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Pesquisas
indicam que as cisternas de
placas
diminuem a incidência de doenças
relacionadas
à água - USP/FEBRABAN
(2007),
Fiocruz (2010).
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Não
existem pesquisas.
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Acesso à política
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Através
das comissões municipais
presentes
em todos os municípios e a
partir
de critérios pré-estabelecidos pelo
programa.
As famílias participam
ativamente
de todo o processo.
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Processo
ainda não explicitado.
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Geração de renda
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Pedreiros,
técnicos, facilitadores,
capacitadores,
equipes locais, casas de
construção,
hotéis, restaurantes, pequenos
comércios,
etc.
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Renda
concentrada nas mãos de
poucos
empresários.
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Formação para
gestão
da água
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Todas as
famílias são capacitadas em
Cursos
de Gerenciamento de Recursos
Hídricos
e convivência com o Semiárido.
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Processo
ainda não explicitado.
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Autonomia da população
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As
pessoas são donas da tecnologia.
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Dependência
das empresas.
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Todas as cisternas são cadastradas e numeradas, com fotos dos
beneficiados e certificado entregue às famílias.
Sem contar também que após a implantação e educação da ASA, a
mortalidade infantil caiu grandemente na região devido consumo de água potável.
Mas devido à crise das Ong’s que já fez ministros caírem, o governo
decidiu cortar todos os contratos e assim, os moradores do semiárido podem
voltar a ficar reféns de políticas eleitoreiras e perder uma ação social sem
fins lucrativos e que promove unicamente a sobrevivência no sertão, com a
contrapartida da família, na construção e no cuidado em manter limpa e
organizada a cisterna e esperar o bem maior desse povo que é a chuva que cai do
céu, como diz a letra da canção ensinada nas construções da ASA:
Água de Chuva
(Roberto Malvezzi)
Colher a água
Reter a água
Guardar a água
Quando a chuva cai do céu
Reter a água
Guardar a água
Quando a chuva cai do céu
Guardar em casa
Também no chão
E ter água
Se vier a precisão.
No pé da casa você
faz a cisterna
E guarda a água que o céu lhe enviou
É dom de Deus, é água limpa, é coisa linda
Todo o idoso, o menino e a menina
Podem beber que é água pura e cristalina.
E guarda a água que o céu lhe enviou
É dom de Deus, é água limpa, é coisa linda
Todo o idoso, o menino e a menina
Podem beber que é água pura e cristalina.
Você ainda vai
lembrar dos passarinhos
E dos bichinhos que precisam beber
São dons de Deus, nossos irmãos, nossos vizinhos
Fazendo isso honrará s São Francisco,
A Ibiana, conselheiro e Pe. Cícero.
E dos bichinhos que precisam beber
São dons de Deus, nossos irmãos, nossos vizinhos
Fazendo isso honrará s São Francisco,
A Ibiana, conselheiro e Pe. Cícero.
Você ainda vai
lembrar que a seca volta
E vai lembrar do velho dito popular
“É bem melhor se prevenir que remediar”
Zele os barreiros, os açudes e as aguadas
Não desperdice sequer uma gota d’água.
E vai lembrar do velho dito popular
“É bem melhor se prevenir que remediar”
Zele os barreiros, os açudes e as aguadas
Não desperdice sequer uma gota d’água.
É com esse ideal
que trabalha a ASA e no fim da manifestação de ontem em Petrolina, recebemos a
noticia que o governo chamou a equipe da ASA para conversar, vamos aguardar
para ver.
Vídeo do Globo Rural sobre a Manifestação de Juazeiro/Petrolina.